Iury Parente Aragão, Osvando J. de Morais e Sônia Jaconi (Orgs.)

JMM - Fortuna Crítica de José Marques de Melo - Teoria e Pedagogia da Comunicação

Pesquisando os dados levantados registramos ter sido em 1967 que o jovem ‘sertanejo’ José oriundo e vindo da notória cidade das Alagoas, Palmeiras dos Índios e das ramagens e paragens de Graciliano, com sua ‘mala forrada de pano forte, brim caqui’ aportou na São Paulo, justo na Av. Paulista da pioneira faculdade de Jornalismo – a Cásper Líbero (aqui me obrigo a agradecer aos professores Maria Érica de Oliveira Lima e Dimas A. Künsch, presentes nessa obra, respectivamente pela citação de Euclides da Cunha e os primeiros passos de JMM no ‘sul-maravilha’ – destino na época de todos migrantes ‘nortistas’).

É pela voz do próprio José que tomamos conhecimento de seu mergulho no universo da Comunicação iniciado ainda em Recife/PE nos albores dos anos sessenta e continuado nas braçadas corajosas nos novos e figurados e tormentosos mares paulistanos ao nos afirmar que “O itinerário dessas primeiras explorações no território da metodologia da pesquisa em comunicação está contido nos capítulos introdutórios da minha obra de estreia na literatura acadêmica – Comunicação Social: Teoria e Pesquisa, Petrópolis, Vozes, 1970.” (Marques de Melo in Vol. 2 – A clava forte; Coleção Verde-Amarela; INTERCOM,2007)

Dez anos depois, portanto, exatamente em 1977 cria para a sua posteridade a filha dileta muito mais que querida e amada – a “Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação” – INTERCOM.

Em 1970 – 7 vezes 10: primeiro livro assumido de uma obra extensa como aqui se vê presente nestes dois volumes; em 1977 – 7 vezes 11 – a vara que fende a pedra por onde escorrerá o jorro como água de todos os livros de Comunicação que o manancial chamado INTERCOM irá propiciar aos sedentos de Conhecimento. Justo neste ano da graça de 2013 JMM completa 70 anos de existência e peregrinação caminhante que é sobre as veredas de nossa Mãe Terra que palmilhou e continua a caminhar – 70 é o 7 de Marques de Melo multiplicado pelo 10 – o número perfeito da Geometria e Geografia a ela dedicado, Géia/Geo/Terra.

Para comemorar os seus 70 anos é que esforços foram envidados e para tanto movimentou um contingente enorme de pessoas que dessem conta da tarefa de analisar criticamente ao menos parte da vasta obra literária produzida até então. Foram tantos textos produzidos que os três organizadores foram obrigados a dividirem a sua editoração em dois volumes.

Quem os terá produzido?

E qual seria o vínculo a ser percebido entre eles por seus leitores?

Se aceitarmos como verdadeiro o ensinamento bíblico de que a árvore se conhece pelos seus frutos aqui nestes dois volumes emerge a figura de JMM 70 como a grande árvore arquetípica do Gênesis.

Os incontáveis frutos que pespontam os inumeráveis galhos de sua fronde enorme e generosa nada mais são do que a família acadêmica que gestou composta por filhos mais velhos, netos … e até bisnetos – e pelo ‘andar da carruagem’ ‘sete vezes sete’, serão.

Cada um deles debruça-se sobre um livro e incube-se de recontá-lo para nós e o resultado obtido é o que academicamente chamamos de Fortuna Crítica de um autor. Esse foi o intento dos organizadores e o resultado se faz agora presente nestes dois volumes que tentam abraçar os 70 anos de JMM e com eles abraçar o próprio José.