José Marquez de Melo e Sônia Maria Ribeiro Jaconi

LUITGARDE - A voz dos Silenciados

Esta publicação é uma justa homenagem à Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros que, ao completar e comemorar seus 70 anos de vida, em 22 de dezembro de 2011, traz em sua trajetória intelectual importantes contribuições à comunidade acadêmica e à sociedade.

Destas sete décadas, quatro foram dedicadas ao ensino e à pesquisa de temas ligados às Ciências Sociais e a Antropologia contemporânea.

Porém, seu campo de estudo mais pulsante é o da região litorânea nordestina, território dos caetés, sempre revolto pelo cangaço e pelas cenas simultâneas de violência e de fortes crenças no ‘catolicismo popular.

Aqueles que conviveram com a professora e antropóloga Luitgarde, mesmo que por instantes, certamente tiveram a sua formação intelectual lapidada pelas palavras sábias, lidas ou escutadas, da ilustre santanense. Muitos depoimentos estão presentes nesta obra que definem, não só o perfil intelectual, mas também o das conjunturas vividas, ao longo dos ricos anos de Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros.

“…constitui um caso fascinante em nosso meio acadêmico e cultural, merecedor de um estudo mais acurado

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[…]” (Douglas Apratto Tenório)
“Vários atos acadêmicos foram programados no último trimestre de 2011, com a finalidade de homenagear essa indômita produtora do saber. (José Marques de Melo)
“Cidadã Carioca e, paradoxalmente, sertaneja” (Maria José C. Moore)
“Luitgarde é uma pessoa muito aguerrida, defende suas causas de maneira enfática, como uma coragem lendária”. (Orlando de Barros)
“A alagoana carioca faz da universidade seu campo de luta em prol das ciências humanas e sociais”. (Magnólia Santos e Rossana Gaia)
“É desvanecedor receber, na terra onde se nasceu e da qual se foi expulso, manifestações de amizade e acolhimento de gerações com as quais não convivi, ao mesmo tempo em que me sinto rodeada dos amigos de toda a vida, principalmente nos momentos de maior angústia. (Luitgarde)

Sônia Maria R. Jaconi
Professora da Universidade
Metodista de São Paulo
Doutoranda em Comunicação
Social (UMESP)

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Sua primeira batalha foi fazer falar os que têm sido mantidos, historicamente, à margem da sociedade, condenados ao silêncio absoluto. Aqueles que Gramsci classificou como sociologicamente pertencentes às “classes subalternas” e Paulo Freire denunciou pedagogicamente como vítimas de “mutismo” congênito. (MARQUES DE MELO, 2011)